
Globo (Reprodução)
A Globo fez uma série de demissões na semana passada e o clima nos bastidores é de bastante tensão. E os problemas na emissora carioca podem estar apenas começando. Ao menos se depender do O Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro (SinRadTv-RJ).
De acordo com o site NaTelinha, o sindicato acusou o canal de aproveitar a Reforma Trabalhista de 2017 para fazer desligamentos em massa e, dessa forma, substituir a mão de obra com carteira assinada (CLT) por serviços desregulamentados com PJ (Pessoa Jurídica) e terceirização.
A respeito das 300 demissões da semana passada, o órgão diz que não há como revertê-las. “O projeto que a Globo aplica hoje é planejado há muito tempo. Mais que uma fusão das empresas do grupo, o que está em jogo é uma fusão do corpo de funcionários, para explorar ao máximo o acúmulo e o desvio de funções não remunerados”.
Depois, a nota, enviada à publicação no último dia 7 de novembro, relembra que desde os anos 1970 a Lei dos Radialistas garantia a remuneração adicional a todos os trabalhadores de rádio e TV que exercessem várias funções ao mesmo tempo para a empresa que trabalhavam.
“Só o SinRadTv-RJ converteu milhões de reais em indenizações para os trabalhadores colocados como ‘faz tudo’ sem a remuneração correta. Isso não ocorria só na Globo, mas como a maior empresa do setor ela também teve a maior influência na desregulamentação trabalhista que pôs fim a esses direitos”, diz o comunicado.
Comunicado continua
A nota afirma, ainda, que a combinação de terceirização geral, reforma trabalhista de 2017 e Decreto 9329 de 2018 caiu como uma bomba no mercado de Rádio e TV. “A exploração da multifunção foi liberada e as lutas judiciais dos trabalhadores prejudicadas profundamente”.
“A empresa [Globo] afirma estar realizando uma ‘reestruturação tecnológica’, mas na prática boa parte das demissões tem sido uma substituição do trabalho formal via CLT por serviços desregulamentados via PJ e terceirização. Na legislação atual, tudo que podemos fazer é dar apoio aos trabalhadores que estão se manifestando contra essa política da empresa”, segue.
O NaTelinha procurou a Globo, mas a emissora não se pronunciou.